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Série “Conexões Acadêmicas” trabalha a influência da tecnologia na vida dos contadores

No dia 14 de março de 2024, às vésperas do Dia Internacional do Consumidor, a Academia Paulista de Contabilidade lançou oficialmente a série “Conexões Acadêmicas”, quando o presidente da Agremiação, Alexandre Sanches Garcia, comunicou que o objetivo da iniciativa é levar conhecimento aos profissionais que lidam diariamente com leis, normas e regulamentações, as quais estão em constante evolução. 

“Portanto, para a APC é fundamental acompanhar essas mudanças para garantir a conformidade dos negócios, realizar planejamentos eficientes, tomar decisões assertivas e evitar problemas futuros”, disse Alexandre Garcia.

Como a tecnologia tem desempenhado um papel cada vez mais importante na Contabilidade, com softwares e ferramentas digitais simplificando processos e aumentando a eficiência das atividades, a série Conexões Acadêmicas foi inaugurada com o tema “Efeitos na Tecnologia e Machine Learning na Contabilidade”.

A atividade foi moderada pela Acadêmica Marta Cristina Pelucio Grecco, que, entre outras atuações, é docente da Fipecafi. Como sua experiência, Marta garantiu um debate de alta qualidade, promovendo uma verdadeira troca de conhecimentos entre os participantes. 

Primeira palestra

Na sequência, a docente da Fipecafi, Sonia Arbues Decoster, especialista em TI há mais de 25 anos, agradeceu o convite e apresentou o primeiro palestrante: Rafael Almeida da Silva, mestre em Controladoria e Finanças pela Fipecafi,  o qual focou sua explanação na elaboração de um aplicativo para insolvência de micro e pequenas empresas-MPEs por meio do machine learning. 

Pedidos de falência no Brasil

Segundo Rafael, que deu início à sua explicação focando nos dados históricos de como as MPEs contribuem para a geração de empregos e para o dinamismo do mercado. Contudo, o risco de falência delas ainda é grande.

Para se ter uma ideia, em 2023, o Brasil testemunhou um surpreendente aumento no índice de recuperações judiciais no Brasil, ultrapassando o patamar de 1.400 pedidos, assim como os anos de 2017 (1.420) e 2018 (1.408). As MPEs foram as que mais demandaram por recuperação judicial, com 939 pedidos. Em seguida, estavam os “médios negócios” (331) e os “grandes” (135). Os dados são da Serasa.

Sabendo disso, o modelo de machine learning desenvolvido pelo aplicativo é capaz de analisar uma variedade de métricas e indicadores financeiros para identificar possíveis riscos financeiros.

 “Trata-se de um modelo preditivo, uma função matemática que constrói um estimador”, explica a professora Sonia. “É um produto que além de fornecer previsões precisas, também permite que as microempresas identifiquem áreas específicas de seu negócio que precisam de atenção e melhorias. Por exemplo, o aplicativo pode destacar a necessidade de reduzir custos operacionais, melhorar a gestão de estoque, diversificar a base de clientes ou renovar os processos de vendas”.

Importância da pesquisa na Contabilidade

Neste aspecto, Marta destacou a importância da pesquisa na Contabilidade, uma das funções do aplicativo: “Por meio da pesquisa, é possível analisar e compreender fenômenos contábeis complexos, identificar novas tendências e buscar soluções para problemas existentes”.

Assim, o app, batizado de Solver.ai, é baseado no modelo preditivo de insolvência das empresas, ferramenta de análise de dados que utiliza informações contábeis para prever resultados futuros. Através da análise de dados contábeis, é possível identificar tendências, riscos e oportunidades de negócios, contribuindo para uma gestão mais eficiente e assertiva. 

Segunda Palestra

Na sequência, o docente da Feipecafi Pachoal Tadeu Russo apresentou o especialista em Controle Gerencial, Gustavo Amador da Silva, o qual  desenvolveu uma pesquisa interessante, onde, no seu aspecto profissional, ele conseguiu identificar uma mudança importante na organização em que trabalhava. “O objetivo foi identificar como é que as práticas de gestão na empresa são alteradas e em que momento isso se dá, sobretudo sobre o olhar da inovação”, comentou o mestre em Controladoria e Finanças pela Fipecafi.

Ele falou sobre o controle gerencial, prática essencial para empresas de todos os tamanhos e setores. “Trata-se de um conjunto de atividades e técnicas que permitem monitorar, comparar e controlar o desempenho organizacional, de forma a garantir o cumprimento dos objetivos estratégicos estabelecidos”, disse.

Controle gerencial – aspectos práticos

Depois de falar dos aspectos práticos dos sistemas de controle gerencial, ele comentou sobre as influências internas e externas nesse sistema. “Internamente, as influências podem ser categorizadas como fatores organizacionais, como a cultura corporativa, estrutura hierárquica e políticas internas. Esses fatores moldam a forma como as decisões são tomadas dentro da organização”, explicou.

Assim ficou claro que as influências externas também desempenham um papel crucial no processo de tomada de decisão. “Essas influências podem ser divididas em duas categorias: ambiente de negócios e ambiente socioeconômico. No ambiente de negócios, fatores como concorrência, tendências do mercado, regulamentações governamentais e mudanças tecnológicas podem influenciar as decisões”, argumentou.

Isso porque uma das principais responsabilidades da ferramenta é acompanhar e analisar os custos e despesas da empresa. Isso inclui a identificação e mensuração de todos os custos envolvidos nos processos de produção, como gastos com matéria-prima, mão de obra e custos indiretos. Por consequência, através dessa análise, é possível identificar possíveis desperdícios, gargalos ou oportunidades de otimização, garantindo assim uma gestão mais eficiente dos recursos financeiros.

A série “Conexões Acadêmicas” está disponível na íntegra no YouTube da Academia.

Patrocinadores

A iniciativa teve o patrocínio da empresa de Contabilidade DOC, das instituições de ensino: Fecap e Fipecafi e da empresa de tecnologia Vero Easy Tax.

Apoio Institucional

O evento teve o apoio institucional das Entidades Congraçadas da Contabilidade do Estado de São Paulo; CRCSP, Fecontesp, Sindcont-SP, Sescon-SP, Aescon-SP, Ibracon-5ª regional São Paulo, Anefac e da Apejesp. 

Texto: Danielle Ruas Edição: Lenilde Plá de León