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Brasil quebra recorde e exporta 6,5 milhões de toneladas de soja em setembro

O Brasil registrou em setembro um volume histórico de exportações de soja, impulsionado pela forte demanda internacional, conforme apontam dados do Cepea. O país embarcou 6,5 milhões de toneladas do grão no mês, o maior número já registrado para setembro e 6,6% acima do observado no mesmo período de 2024, segundo informações parciais da Secex.

Embora o desempenho seja recorde para o mês, houve uma queda de 30,3% em relação a agosto — um movimento considerado normal para o segundo semestre, quando os estoques internos começam a diminuir após o pico de exportações do primeiro semestre. Pesquisadores do Cepea também destacam que a maior oferta de soja na Argentina reduziu parte da competitividade brasileira no comércio internacional, influenciando o ritmo dos embarques.

Ainda assim, o desempenho acumulado do ano é impressionante. De janeiro a setembro de 2025, o Brasil exportou 93 milhões de toneladas do grão, o maior volume já registrado para o período. Esse resultado reforça a posição do país como o principal exportador mundial de soja, atendendo à crescente demanda de países como China, Europa e outros mercados asiáticos.

Enquanto isso, no campo, o clima segue sendo motivo de atenção. A semeadura da safra 2025/26 avança de forma desigual: no Paraná, o ritmo está acelerado e dentro do esperado, mas no Centro-Oeste e Sudeste as atividades ainda caminham lentamente devido à falta de chuvas. Essa irregularidade climática preocupa os produtores, pois pode afetar o desenvolvimento das lavouras e, consequentemente, o volume da próxima colheita.

Para o consumidor brasileiro, esse cenário tem reflexos diretos e indiretos. A soja é a base de diversos produtos do dia a dia — do óleo de cozinha às rações que alimentam aves, suínos e bovinos. Assim, qualquer oscilação na produção ou nas exportações pode influenciar o preço de alimentos como carne, leite e ovos.

Com o recorde de exportações e a valorização do grão no mercado externo, parte da produção nacional tende a ser direcionada para fora, o que pode manter os preços internos firmes. Se as chuvas demorarem a regularizar e a nova safra tiver atraso, o consumidor pode sentir essa pressão no bolso, especialmente nos produtos derivados da soja e nas proteínas animais.

O desempenho histórico das exportações confirma a força do agronegócio brasileiro, mas também reforça o desafio de equilibrar as demandas externas com a necessidade de manter o abastecimento e a estabilidade de preços no mercado interno.

Fonte: capitalist