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Prévia do PIB cai pelo 3º mês seguido e recua 0,5% em julho, diz BC

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) do país, registrou uma queda de 0,5% em julho deste ano, na comparação com o mês anterior. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (15/9) pelo BC.

Trata-se do terceiro recuo mensal consecutivo do indicador, que havia cedido 0,1% em junho.

Saiba mais

• O resultado de julho veio abaixo do esperado pelos analistas, que projetavam uma queda de 0,2% no período, de acordo com o consenso Refinitiv, que reúne as principais projeções do mercado.
• Na comparação com julho do ano passado, de acordo com o BC, o IBC-Br teve alta de 1,1%.
• Já no acumulado dos sete primeiros meses de 2025, o índice avançou 2,9%. Em 12 meses, a alta foi de 3,5%.

Índice de Atividade Econômica

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) é um indicador que serve como parâmetro e tenta “antecipar” o resultado do PIB do país. O cálculo do IBC-Br também auxilia a autoridade monetária a definir a meta da taxa básica de juros da economia, a Selic.

Esse indicador econômico incorpora estimativas de crescimento para os setores agropecuário, industrial e de serviços, acrescidas dos impostos sobre produtos, que são estimados a partir da evolução da oferta total (produção e importações). 

Antes divulgado segmentado por estados e por regiões, o IBC-Br é, atualmente, calculado nacionalmente.

PIB

O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país. Todos os países calculam o seu PIB nas suas respectivas moedas.
 

Os bens e serviços finais que compõem o PIB são medidos no preço em que chegam ao consumidor. Assim, levam em consideração também os impostos sobre os produtos comercializados.

Segundo a edição do Relatório Focus, do BC, divulgada nesta segunda-feira, o PIB do Brasil para 2025 deve ter crescimento de 2,16%, mesma estimativa da semana anterior.

Para 2026, a previsão de crescimento da economia recuou de 1,85% para 1,8%.

Análise

Segundo Ariane Benedito, economista-chefe do PicPay, o resultado do IBC-Br “reforça os sinais de perda de tração da economia brasileira na virada do semestre”.

“O recuo em julho foi disseminado entre os principais setores: indústria e agropecuária apresentaram retração relevante, enquanto os serviços, tradicionalmente mais resilientes, também mostraram leve queda. Esses resultados refletem os efeitos defasados da política monetária ainda contracionista, que segue inibindo o consumo e o crédito em um ambiente de incerteza fiscal e juros elevados”, afirma Benedito.

Para a economista, “o contraste entre a queda mensal e o crescimento anual do índice ilustra bem a fase de transição da economia brasileira”. “Por um lado, o impulso gerado no início do ano ainda sustenta o desempenho agregado; por outro, a trajetória recente aponta para um ritmo de expansão mais contido no segundo semestre, condicionado à resiliência do mercado de trabalho e à evolução da inflação e dos juros”, explica.

“A economia brasileira não está flertando com um cenário de recessão, mas atravessa um período de moderação do crescimento. A continuidade desse movimento dependerá, sobretudo, da resposta da política monetária, da confiança dos agentes e da sustentação da demanda doméstica em meio a um cenário global e interno ainda desafiador”, conclui Benedito.

Sara Paixão, Analista de Macroeconomia da InvestSmart XP, avalia que “a composição dos indicadores de atividade aponta para uma desaceleração consistente com o atual ciclo de política monetária”.

“Esse contexto, somado à expectativa de retomada dos cortes de juros nos EUA, à valorização do real frente ao dólar e à melhoria nas projeções de inflação, reforça a perspectiva de início do ciclo de corte da Selic pelo Copom no começo de 2026”, avalia.

Fonte: metropoles