Comércio emprega 10,5 milhões de pessoas e atinge segundo maior patamar da série histórica

O setor comercial brasileiro encerrou 2023 com 10,5 milhões de pessoas ocupadas, o segundo maior patamar da série histórica da Pesquisa Anual de Comércio, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (7). O número fica atrás apenas do registrado em 2014, quando o setor chegou ao pico de 10,6 milhões de trabalhadores.
O resultado representa uma recuperação frente aos anos da pandemia e também em relação a 2019, último ano antes da crise sanitária, quando o comércio empregava 10,2 milhões de pessoas.
Entre os segmentos, o comércio varejista continua sendo o maior empregador do setor, com 7,7 milhões de trabalhadores, seguido pelo comércio por atacado, que alcançou 2 milhões de pessoas ocupadas, e pelo ramo de veículos, peças e motocicletas, com 902,9 mil.
Salário e comércio
A pesquisa também revela que o salário médio mensal pago pelas empresas comerciais chegou a 2 salários mínimos em 2023, o maior valor da série histórica, empatando com o ano anterior.
No comércio por atacado de combustíveis e lubrificantes, por exemplo, a média salarial chegou a 4,6 salários mínimos, enquanto os menores valores foram observados em segmentos como o de representantes e agentes do comércio, com 1,2 salário mínimo.
Outro dado que chama atenção é o desempenho das margens de comercialização, que indicam a diferença entre o preço de compra e o de revenda dos produtos.
O comércio varejista apresentou a maior taxa média em 2023, com 39,1%, seguido pelo setor de veículos (23,4%) e pelo atacado (22,5%). O varejo de artigos culturais, recreativos e esportivos teve a maior margem do levantamento: 84,9%.
A pesquisa também mostra uma forte expansão do comércio eletrônico. Em 2023, 8,8% da receita bruta do varejo foi obtida por canais online, como sites, redes sociais e aplicativos.
Entre as empresas do varejo, 8,6% realizavam algum tipo de venda pela internet — quase o dobro do percentual registrado em 2019. O segmento de informática, comunicação e artigos de uso doméstico lidera a participação no comércio digital, com 38,5% de sua receita gerada por vendas online.
Regionalmente
Nos últimos dez anos, o setor também passou por mudanças regionais. O Paraná subiu para a terceira posição entre os estados com maior participação na receita bruta de revenda, enquanto o Rio de Janeiro, que ocupava essa colocação em 2014, caiu para a sexta.
Já o Mato Grosso teve o maior ganho de participação no período, passando de 2,9% para 4,3%.
O levantamento mostra ainda que 13 das 27 Unidades da Federação — incluindo todas as três da região Sul — tiveram predominância no comércio por atacado, enquanto as outras 14 UFs apresentaram maior relevância no comércio varejista em 2023.
Fonte: noticias.r7